quinta-feira, 30 de julho de 2015

[RESENHA] Uma Longa Jornada

  Título: Uma Longa Jornada
  Autor: Nicholas Sparks
  Editora: Arqueiro
  Páginas: 368
  Sinopse: Aos 91 anos, com problemas de saúde e sozinho no mundo, Ira Levinson sofre um terrível acidente de carro. Enquanto luta para se manter consciente, a imagem de Ruth, sua amada esposa que morreu há nove anos, surge diante dele. Mesmo sabendo que é impossível que ela esteja ali, Ira se agarra a isso e relembra diversos momentos de sua longa vida em comum: o dia em que se conheceram, o casamento, o amor dela pela arte, os dias sombrios da Segunda Guerra e seus efeitos sobre eles e suas famílias. Perto dali, Sophia Danko, uma jovem estudante da história da arte, acompanha a melhor amiga a um rodeio. Lá, é assediada pelo ex-namorado e acaba sendo salva por Luke Collins, o caubói que acabou de vencer a competição. Ele e Sophia começam a conversar e logo percebem como é fácil estarem juntos. Luke é completamente diferente dos rapazes privilegiados da faculdade. Ele não mede esforços para ajudar a mãe e salvar a fazenda da família. Aos poucos, Sophia começa a descobrir um novo mundo e percebe que Luke talvez tenha o poder de reescrever o futuro que ela havia planejado. Isso se o terrível segredo que ele guarda não puser tudo a perder.
  O que eu achei: É impossível que exista algum leitor perdido por ai que não saiba quem é Nicholas Sparks. O cara é reconhecido no mundo inteiro por suas obras tocantes, românticas e, na maioria das vezes, trágicas. O problema, é que quando as quase 20 obras são caracterizadas pelos mesmos adjetivos, enjoa. Percebi isso em 8 dos 9 livros de Nicholas Sparks que já li. Felizmente, Uma Longa Jornada pareceu um livro um pouco diferente, apesar do drama e romance presentes. A história não é tããããããão melosa quanto as outras costumam ser. Gostei do livro. De verdade.


  Vamos combinar que quando você compra um livro em promoção, já tem um carinho especial por ele. No meu caso, comprei Uma Longa Jornada com 20% de desconto na Fnac, o que me deixou muito feliz! Eu estava com um fila de livros pra ler ainda (a maioria do Tio Nick; estou tentando ler todos dele), mas assim que sobrou apenas esse, devorei-o o mais rápido que pude. A história é sobre Ira Levinson, um judeu de idade já bastante avançada que sempre foi apaixonado por sua esposa, Ruth. Os dois vão para os Estados Unidos e se conhecem na época da Segunda Guerra, na tentativa de fugir do caos que assola a Europa. A paixão entre os dois é quase instantânea, e apesar de todos os obstáculos que enfrentam, conseguem ficar juntos e se casar. Agora, décadas depois, Ruth se foi há nove anos e Ira se encontra literalmente numa fria: seu carro (ele insiste em continuar dirigindo, mesmo com a Morte praticamente o encarando) derrapou com a neve e agora se encontra na beira da estrada, onde dificilmente alguém o encontrará. Ira não consegue sair do carro, porém as várias horas que passa preso servem para que ele se lembre dos vários momentos que dividiu com Ruth. 

  Enquanto isso, a jovem universitária Sophia Danko, vai a força com a amiga Marcia para um rodeio. Sophia passa por uma fase delicada, agora que rompeu o namoro com Brian, que foi um peso desumano sobre suas costas. O rapaz se atreve a seguir Sophia a todo lugar que ela vai, deixando-a assustada. E isso também acontece no rodeio. Enquanto seus amigos se divertem após o término da rodada, Sophia se afasta para detrás do celeiro, dando a oportunidade perfeita para quase ser agredida pelo ex-namorado. Isso não acontece porque Luke Collins, o vencedor da rodada, aparece para ajudá-la, dando início a uma paixão avassaladora, tanto pelo lado positivo quanto pelo negativo. Essas histórias estão sujeitas a se cruzarem de uma forma linda e surreal, fazendo-nos questionar até onde vamos por quem amamos.

  Gostei desse enredo porque Sparks uniu numa mesma trama duas histórias totalmente distintas e ainda assim conseguiu deixar atraente. Ira possui uma história estonteante e Sophia é uma jovem moderna que se parece com muitas jovens modernas reais. A história é curiosa, gostosa e rápida de ler e não nos deixa loucos da vida como me aconteceu com muitos dos outros livros de Sparks. A trama começa pianinho, tímida, e com o passar dos capítulos vai esquentando a ponto de quase explodir num desfecho emocionante (não um emocionante clichê, mas um emocionante realmente emocionante). As surpresas e reviravoltas no livro nos fazem soltar pequenos arquejos ora de protesto, ora de alívio, ora de medo. Talvez seja porque é o livro mais recente do autor, mas Sparks poderia investir mais em estruturas como a desse livro.

  Os personagens são encantadores, desde o simpático Ira, passando pelo charmoso Luke até a doce Sophia. Foram belamente construídos e desenvolvidos, parecendo tão humanos como eu e você somos. Finalmente a mocinha da história não me despertou raiva e repugnância. Depois de tantas mulheres chatas nos livros do Tio Nick, como as de Um Homem de Sorte, Uma Curva na Estrada e O Milagre, Sophia ganhou meu respeito. É uma jovem estudiosa, educada e amável. Não é a toa que Luke se apaixonou por ela. Por falar nele, o caubói também me alegrou demais! É o tipo de homem pelo qual a maioria das garotas de encantaria, porém deixa uma mulher maluca: sua mãe. Ela não quer de forma alguma que o filho continue com os rodeios, já que há sempre o risco de ele se machucar gravemente. Aliás, talvez seu cuidado pode não ser tão implicante: Luke esconde de Sophia e de todos (exceto da mãe) um segredo extremamente sério, que põe em jogo tudo o que ele e a moça construíram. Por fim, o trio fecha com Ira, um homem adorável que em seus 91 anos de vida já viveu o que uma pessoa normal talvez não viva. Sua história tocante, apaixonante e incomum desperta no leitor uma simpatia automática, fazendo-o sofrer por não saber qual será o destino de Ira do momento em que seu carro sai do percurso. 



  Isso principalmente porque a narração do livro é em primeira e terceira pessoa. Isso mesmo. Quando o capítulo trata da história de Ira, ele mesmo é o encarregado de nos deixar a par da história, mas quando o capítulo narra a situação de Sophia e Luke, a narração é por conta de um narrador observador. Foi muito interessante essa mistura de vozes porque trouxe um ar original ao livro. Sentimos que Ira se sente na obrigação de compartilhar sua história diretamente com quem a lê, enquanto Luke e Sophia parecem parte de uma história contada por outra pessoa. Entende? 

  O desfecho foi 70% surpreendente e 30% um pouco esperado. De qualquer forma, nenhum número pode descrever o tamanho da lição que o livro trouxe. Depois de duas histórias bonitas e preocupantes, o final vem como um tapa na cara do leitor, como uma moral para se levar para o resto da vida. Senti meu coração e pensamentos tocados da mesma forma que os de Sophia e Luke foram. Me senti atordoada. Deslumbrada. Foi um final para ficar na história de pontos de Sparks.

  A edição que tenho e li é a com a capa do filme. Prefiro assim. Tudo ficou lindo! Não encontrei erros de revisão ou algo assim; estava impecável. A letra e o tamanho estavam confortáveis para a leitura, assim como os detalhes das páginas. Arrasou, editora Arqueiro! Lembrando que, nesse ano, lançaram o filme baseado no livro. Ainda não vi, mas estou louca para fazê-lo!

  Posso concluir essa resenha dizendo que foi um dos melhores livros de Nicholas Sparks que já li, entrando na lista já composta por livros como A Última Música e O Casamento. Sei que tem muito leitor que não aguenta mais Nicholas Sparks (e eu não os julgo, sério, quase os entendo!), mas recomendo esse livro para quem quer ter uma boa impressão do autor. Até mais galerinha!

  Avaliação: 5 estrelas!

  Sobre o autor: Nicholas Sparks publicou seu primeiro livro aos 31 anos, do qual vieram mais 18. Sua escrita e talento já são reconhecidos por todo o mundo, sendo um dos escritores mais queridos d globo. A maioria de seus livros (10, para ser exata) já ganharam adaptações cinematográficas. Sparks se divorciou da esposa em janeiro de 2015.

  

  
  Book Trailer: 








  


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