domingo, 23 de novembro de 2014

[RESENHA] A Ascensão dos Nove

  Título: A Ascensão dos Nove
  Autor: Pittacus Lore
  Editora: Intrínseca
  Páginas: 288
  Sinopse: Antes de encontrar John Smith, o Número Quatro, eu estava sozinha, lutando e me escondendo para continuar viva. Juntos, somos ainda mais poderosos. Mas isso só vai durar até precisarmos nos separar para localizar os outros. Fui até a Espanha em busca da Número Sete e encontrei mais do que esperava: um décimo membro da Garde, que conseguiu escapar vivo de Lorien. Ella é mais jovem que o restante de nós, mas igualmente corajosa. Agora estamos à procura dos outros — de John inclusive. E eles também. O Número Um foi capturado na Malásia. O Número Dois, na Inglaterra. E o Número Três, no Quênia. Fui capturada em Nova York, mas escapei. Eu sou a Número Seis. Eles querem terminar o que começaram. Mas antes, terão de lutar.
  O que eu achei: embora já tenha um tempinho da minha leitura do terceiro livro da série Os Legados de Lorien, ainda posso afirmar que A Ascensão dos Nove é um livro para se ler com uma máscara de oxigênio por perto. E, antes que as observações comecem, já quero avisar que essa resenha pode conter algum spoiler dos livros anteriores (Eu Sou o Número Quatro e O Poder dos Seis).


  O terceiro livro da saga apresenta a complicada situação dos membros da Garde. Desde que John (o Número Quatro) e Seis precisaram se separar, muita coisa aconteceu. De um lado, em West Virgínia, John conseguiu recuperar sua arca e encontrar mais um membro: o Número Nove. No entanto, o sacrifício da vez foi ter de deixar Sam na caverna, nas mãos de sabe Deus quem. E do outro lado, na Espanha, Seis chega bem a tempo de ajudar Marina (a Número Sete), Ella (a jovem garota de 11 anos, décimo membro da Garde), Crayton (Cêpan não oficial de Ella) e Héctor (amigo de Marina) a enfrentar milhares de mogadorianos e seus bichos amedrontadores. Felizmente, o grupo sai com a vitória, mas perde Héctor na batalha. Agora, num ato de completo instinto, Seis, Sete, Ella e Crayton seguem à Índia, pois há a suspeita da existência de outro membro da Garde por lá, no entanto, as surpresas que os aguardam podem ser fatais, além de que, nos Estados Unidos, Quatro e Nove podem estar mesmo precisando de ajuda.

  Bom, como qualquer outra informação que eu dê possa se tornar spoiler, acho que vou parar por aqui. Só posso adiantar que esse livro, impressionantemente, conseguiu ser ainda melhor que o segundo. Pittacus Lore conseguiu criar cenas e diálogos cheios de ação e surpresa, onde não há tempo para os personagens pensarem e decidirem. Tudo é na base da intuição e instinto de sobrevivência. A Garde ainda é assombrada pela perseguição mogadoriana, que parece estar em todos os lugares. Por outro lado, várias descobertas sinistras e importantíssimas estão sendo feitas e mais legados interessantes sendo descobertos. Logo, os lorienos vão se mostrando cada vez mais poderosos e prontos para o combate, o que aumenta o peso dos adversários. Os mogadorianos apostam em inimigos mais fortes e mortais, aumentando o nível de mortalidade em cada combate. 

  A narração é um dos destaques em todos os livros da trama. Apenas o primeiro livro, Eu Sou o Número Quatro, apresenta apenas um tipo de narrador - John. O Poder dos Seis, por outro lado, conta com a voz de Marina também. A Ascensão dos Nove se mostrou ainda mais empolgante com a narração de Seis também. Quando conhecemos os pensamentos dos três personagens mais importantes, a leitura fica mais confortável;  o leitor consegue compreender um pouco mais do que está sendo encoberto, já que há sempre mais mistérios e coisas para serem descobertas. Com já é de se esperar, a narração de Seis é mais pesada e com uma pitada de sarcasmo - elementos típicos da personagem. Embora no segundo livro tenha sido possível descobrir mais sobre essa loriena, sua narração permitiu que mais portas do "universo Seis" fossem abertas. Ela tem muitos segredos e mágoas que prefere guardar para si. Outra coisa que foi muito boa de se ver pela visão de Seis foi o problema de sua relação com John. Gente, vou admitir que quero MUITO que Seis e Quatro fiquem juntos, mesmo que isso tenha que magoar Sarah e Sam. Depois da cena do beijo de Seis e John, ficou evidente que ambos têm sentimentos fortes pelo outro, embora entendam que podem machucar outros ao seu redor.

  As partes em que Marina narram são as mais sensíveis. A Número Sete é a mais fraca quanto ao treinamento, já que cresceu com uma Cêpan que deixou de lado seus deveres como loriena e guardiã de Marina. Por isso, a batalha na Espanha ao lado de Seis foi um abrir de olhos para a garota. Ela precisa se mostrar pronta para batalhas futuras, ainda mais quando há as suspeitas que o líder mogadoriano, Setrákus Ra, já esteja na Terra. Porém não há apenas tensão na vida de Marina. Além de poder relaxar um pouco por ter uma experiente membro da Garde ao seu lado, seu encontro com Oito, o menino da Índia, promete muitas emoções. Ela se mostra bem sensível, já que suas últimas lembranças da Espanha não são lá todas animadoras. Perder seu único amigo, Héctor, e sua Cêpan, Adelina, foi um choque e tanto, mas ela precisa se recuperar para enfrentar o que a espera.




  E, por fim, a narração de John não é nenhuma surpresa. Tem aquele lado masculino e mais pesado, mas não deixa escapar a bondade e a essência do Quatro que a gente conhece. Depois de seu maior ato de burrice ao final de O Poder dos Seis, sua recuperação é tortuosa e angustiante. Porém, a ajuda de BK (seu chimaera) e a companhia por vezes irritantes de Nove tornam as coisas um pouco mais leves. A saudade de Sarah - sua namoradinha de Paradise - ainda aperta, assim como seus sentimentos ainda incógnitos por Seis. Sua sede por respostas e por encontrar Sam pode colocá-lo em situações complicadas, ainda mais com sua crescente curiosidade pelas estranhas visões que anda tendo.

  Como o usual, cada narração tem uma fonte diferente, o que ajuda na identificação de quem é  narrador da vez.

  Esse livro apresenta mais batalhas e suspense, que provam a coragem e força de cada um dos membros da Garde. A descrição de personagens, ambientes e objetos está mais nítida e detalhada; consegui criar a cena dentro da minha cabeça. O único ponto que me incomodou um pouco foi a ausência (sim, completa ausência!) de um personagem que eu julgava de grande importância.

  Bem, fica visível que os personagens melhoraram muito, a começar pela formação. O acréscimo de mais uma narradora permitiu que eu conhecesse mais de cada um deles. A escrita está melhor a cada livro, ainda assim tendo suas diferenças dependendo de quem está narrando, Seis, Sete ou Quatro. O início começou esperançoso e angustiante ao mesmo tempo, o meio formou expectativas altíssimas e o final me deixou apenas com uma surpresa: A Queda dos Cinco, o próximo livro, precisava ser lido com urgência! Posso adiantar que já li e tenho conclusões muito nítidas, mas a resenha dele vem só no domingo que vem.

  A série mostra-se a cada livro mais promissora. Vem conquistando uma legião de fãs e teve até mesmo o primeiro livro adaptado para o cinema, mas não há previsão que o mesmo aconteça ao restante dos livros. Só sei que seria incrível ver os personagens que surgiram a partir do livro 2 ganhando forma. Os Legados de Lorien é uma série que eu recomendo para todos; consegue reunir romance, ação, mistérios, suspense e comédia tudo de uma vez. Leiam e não vão se arrepender! Puro luxo!

Avaliação:
5 estrelas!

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