sexta-feira, 10 de outubro de 2014

[RESENHA] O Reino das Vozes Que Não Se Calam

  Título: O Reino das Vozes que Não Se Calam
  Autora: Carolina Munhóz e Sophia Abrahão
  Editora: Rocco   Selo: Fantástica Rocco
  Páginas: 288
  Sinopse: Se você encontrasse um lugar onde todos o aceitassem... Seria capaz de abandoná-lo? Sophie se enconde de todos e de si mesma: insegura, não consegue enxergar sua beleza e talento, e sente dificuldade em se relacionar com os outros. Seu dia a dia se perde entre os caminhos tortuosos dos que convivem com a depressão e o bullying, e a jovem as poucos vai se fechando na escuridão de seus pensamentos. Desamparada e sem coragem de lidar com seus problemas, ela acaba descobrindo um lugar mágico: um Reino onde as vozes não se calam e as criaturas encantadas se tornam reais. Um local colorido onde ela finalmente poderá se encontrar. Dividida entre a realidade e a fantasia, Sophie contará com a ajuda preciosa de um rapaz comum e uma guardiã encantada, que lhe mostrarão os segredos da alma e a farão decidir se vale a pena enfrentar seus medos ou viver em um eterno conto de fadas.
   
 
O que eu achei: Um bom e/ou um atento leitor vai perceber algo mais que uma boa história nas entrelinhas do livro O Reino das Vozes que Não se Calam. Eu me interessei pelo livro logo depois de descobrir que ele seria lançado e isso, é claro, tem a ver com a reputação que a Carol tem na blogosfera e - por que não? - no mundo literários. Essa reputação da loira simpática, mágica, linda e super talentosa também foi moldada pela minha leitura de O Inverno das Fadas (resenha em breve) e vou me arriscar a dizer que a Carol elevou sua escrita a um patamar bem mais alto, e isso vai além da escrita. Antes de tudo, vamos entender um pouco da história:

  
  Sophie tem uma vida aparentemente normal: uma melhor amiga que a entende mas que vive um degrau a cima da pirâmide social da escola, Anna. Um cachorro com nome que segundo Anna "deveriam batizar santos com esse nome!", Dior. Pais que a amam do fundo de seus corações, mas que não compreendem o que a garota passa na escola, nas mãos dos colegas que inventam nomes cada um mais grosseiro que o outro sobre sua aparência - ruiva que só vendo para acreditar e magra que uma rajada de vento leva longe. Resumidamente, Sophie não está feliz. E depois que sua melhor amiga a trai da maneira mais baixa possível, Sophie está sozinha também.
  
  Nossa protagonista, aparentemente, não ficará mais muito tempo nessa situação. Logo, estranhamente, ela encontra um mundo mágico, uma outra dimensão, só possível de se visitar enquanto se dorme. Nesse reino, o Reino das vozes que não se calam (há um motivo para essa descrição = spoiler), todos parecem compreendê-la e amá-la. Os líderes desse reino, sobretudo a rainha, podem afirmar com todas as suas forças que ela pertence àquele lugar; que será eu dever governá-lo dali pouco tempo. Logo, Sophie precisa decidir entre ficar nesse mundo onde será sempre aceita ou ficar no "mundo real", com sua família, para permanecer sob o ataque dos colegas e da própria infelicidade.

  Vamos por partes. A originalidade da trama é um meio-termo bem clichê. Bem, todos nós, provavelmente, conhecemos a história do país das maravilhas de cor e não há problemas nisso. O livro tem sua base fincada nesse clássico e nos últimos tempos, muito livros fantásticos baseados na história de Lewis Carrol estão sendo lançados no mercado literário. Porém, de alguma forma, O Reino não se espelha na história de Carrol, não se baseia nela, tecnicamente. É como se a história de Alice tivesse sido apenas uma inspiração, porque o livro consegue criar uma identidade própria sua, da forma que ao lembrarmos-nos do livro, não pensemos em Alice no País das Maravilhas e sim em O Reino das Vozes que Não se Calam, e apenas nele. Gostei dessa particularidade do livro, desse ponto raro atualmente.

  Quanto à narração, como já citado, Munhóz evoluiu muito desde seu segundo livro até esse, e com todo o respeito, acho que isso não se deve à parceria com Sophia Abrahão. A maioria de resenhas que leio dos livros da autora falam desse avanço, dessa evolução. Acho que é por isso que me encantei tanto com a leitura. A Carol de O Inverno das Fadas ainda está ali, eu tenho certeza, só que desta vez mais refinada, sábia e, se possível, mais talentosa. A escrita no livro está bem fluída e atraente, convidando o leitor a ler só um capítulo, talvez só mais cinquenta páginas, talvez terminar o tesouro de uma só vez...

  Os personagens foram bem construídos, assim como sua personalidade. É bem fácil para quem já leu descrever o físico, pessoal e o particular de cada um deles, se perguntado. Acho que já é esperado que imaginemos Sophia Abrahão na pele de Sophie, já que ela está na capa, e seus gostos e físico são parecidos com os de Sophie. Esse ponto é mais uma estrelinha para Carol, que sempre foi um prato cheio quando se trata de descrições de personagens. 

  Último ponto: esse foi um dos primeiros livros fantásticos que li pronto falei. Mesmo que esse seja um dos meus gêneros favoritos para filmes, peças, livros e inclua o que mais te ocorrer à cabeça, fiquei meia ansiosa para ver qual seria a minha impressão d'O Reino. Posso dizer que gostei bastante. Carol e Sophia souberam dividir realidade e fantasia de form que a leitura não se tornasse confusa, nem focaram em apenas uma das "realidades". As cenas do mundo real era bem reais mesmo (ah, Vick, não diga!) e as do reino eram uma graça, sempre mágicas e com sensação de música no ar.

  A diagramação e revisão também estavam muito boas. Não encontrei erros no livro, não mesmo! Nadica de nada. A capa está maravilhosa, mas isso todo mundo já sabe. Os detalhes da contracapa, das orelhas e das páginas também estão lindos, o que deixa a leitura muito confortável.

  Enfim, gostei muito do livro. É claro que a religião e crenças acabam sendo incluídos no livro, mas nada que uma boa mente aberta não resolva. Aprendi que é necessário experimentar de tudo um pouco quando se decide mergulhar nesse mundo de cabeça. Ou seja, nada intimidante. A parceria entre Carol e Sophia funcionou super bem e mesmo não tendo podido conhecê-las na Bienal, vou tentar nas próximas! Ainda preciso ver, tocar e falar com essas divas! É isso, galera. Espero que tenham gostado da resenha! Deixe seu comentário aqui embaixo, eu não mordo! É muito importante para mim saber o que vocês acham...

Beijos! 

Avaliação:
5 estrelas!

Nenhum comentário:

Postar um comentário