sábado, 2 de agosto de 2014

[COLUNA] Literatura Brasileira Moderna: Alcançando Novos Patamares

Que tal estrear as colunas semanais do O Mundo Secreto da Vick tratando de um assunto tão delicado d mundo literário de hoje? Curta e não se esqueça dos comentários; eles fazem parte do negócio haha.

Literatura Nacional X Literatura Internacional
Como entender esse dilema?


A Literatura Brasileira Alcançando Novos Patamares

Há quem diga que a literatura brasileira de hoje não tá com nada. E isso me deixa profundamente irritada, porque quem gosta de ler e está a par das novidades do mundo literário sabe que não é bem assim. Nossos autores, cada vez mais, conquistam seu espaço nas estantes, livrarias e coração de cada leitor.

Eu por exemplo, sou capaz de admitir que até um tempo atrás – tipo, ano passado -, eu mesma ficava um pé atrás quando se tratava de autores nacionais. Isso, na minha humilde opinião, é mais comum do que se imagina, mas não sei explicar o porquê dos brasileiros depreciarem sua própria literatura.

Temos que ter consciência que antes de sermos o país do futebol – que nem isso somos agora depois daquele 7 a 1, vamos combinar –, de certa forma éramos o país da literatura. Grandes nomes dessa arte têm sangue brasileiro, aquele inconfundível e único. Machado de Assis, Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Pessoa, Bernardo Guimarães e tantos outros mestres deste solo fizeram sua história e deixaram-na em nossas mãos. Por que, eu me arrisco a perguntar, se insiste em fazer essa diferença entre Brasil versus Mundo? O que a literatura estrangeira tem que não temos?

Nada.

Eu mesma já fui um pouco preconceituosa. Como já citei até ano passado eu não lia livros nacionais e quando lia só via que o autor era brasileiro quando já havia terminado a leitura. Esse meu tabu pessoal – que logo se revela não tão pessoal assim – se quebrou com um livro maravilhoso que esbarrou em mim por acaso. Simplesmente Ana é um livro perfeito para se acabar com essa frescura de que o Brasil não e páreo para a escrita estrangeira. A protagonista, Ana, é mineiríssima, a autora do livro também e, além disso, um doce de pessoa. Guardem o nome dela, gente: Marina Carvalho, que também é autora de Azul da Cor do Mar e de De Repente Ana, a sequência de Simplesmente Ana. Percebi que Marina era brasileira nas primeiras páginas e quase abandonei o livro (só para deixar claro, eu era um monstro que pensava completamente diferente da adolescente doce de hoje). Ora essa, por que não podemos reconstruir o talentoso Brasil literário se temos autores que podem entrar, sem dificuldade, para lista dos mais vendidos? Se temos obras para virarem futuros Best-sellers?

Tínhamos o país de Machado de Assis, Jorge Amado, Fernando Pessoa e éramos reis. Podemos e seremos de novo com Tammy Luciano, Graciela Mayrink, Lu Piras, Marina Carvalho e Christine Melo. Reconstruiremos outro império com Felipe Colbert, Maurício Gomyde, Samanta Holtz, Thalita Rebouças, Paula Pimenta e os grandes Chico Anes e Carolina Munhóz, além de tantos outros. Abramos nossos olhos e vejamos que se ergue um Brasil de literatura moderna, descontraída e acima de tudo, talentosa.

Logo, esse tabu não tem nada a ver com estatísticas e Deus os livre, falta de talentos. Temos nomes incríveis que podem trazer de volta o orgulho para cada brasileiro. Posso dizer isso porque um dos nomes que citei Chico Anes me abriu os olhos para o novo Brasil escritor. Assim como eu mesma disse a ele com a passagem do dia do escritor, com sua personagem Eva (O Sonho de Eva) eu descobri um novo mundo; com Pirapato (Pirapato – O Menino Sem Alma) eu descobri um lado da vida inexplorado. Com o próprio Chico, eu descobri que, cada vez mais, a literatura brasileira alcança novos patamares.

Leia, descubra, procure, encontre! Te garanto que nosso Brasilzão tem muito a oferecer!!


8 comentários:

  1. Maravilhoso seu artigo. Sinto-me honrada por ter proporcionado a você essa mudança de olhar em relação aos livros nacionais contemporâneos.
    Posso usar seu texto em minhas aulas? Meus alunos precisam ler isso.
    Adorei!
    Beijos,
    Marina Carvalho

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    1. Oi Marina! Muito obrigada pela sua passadinha aqui! Eu é que me sinto honrada por ver que você gostou da coluna. Com certeza você pode usar com seus alunos, será um prazer! Obrigada novamente, você é incrível!
      Beijos, Vick

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  2. Vick, querida. Como nosso país precisa de jovens como você! Brasileiros que leem, ponderam, analisam, concluem. Como o Brasil está carente de brasileiros assim! Há sim técnica, criatividade e muita vontade entre nossos novos escritores, e poder ler em suas palavras o reconhecimento desse esforço é compensador. Obrigado pelo carinho. É uma honra podermos juntos caminhar pelas vias inexploradas e fantásticas da literatura. E cada minuto que mergulhei em reflexões sobre os passos de Eva e Pirapato foram iluminados por suas palavras. Valeu, Vick querida!

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    1. Oi Chico! Que honra receber sua visita no meu blog! Fiquei até sem fôlego lendo seu comentário, tocou no fundo do meu coração... Você merece esse reconhecimento por tudo o que fez e faz por mim e pelo Brasil leitor. Você merece! Lembrando que essa mesma coluna vai ser publicada no jornal da cidada que eu escrevo! <3

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  3. Querida Vick

    Muito obrigada pelo lindíssimo texto e pela confiança na nova literatura brasileira!! Você expressou o que eu sempre penso: "Por que, afinal, fazer essa comparação Brasil X Mundo?". Costumo dizer que a boa literatura não tem nacionalidade... pois o dom de escrever não está no idioma que se fala, e sim na alma!!

    Mais uma vez, querida, obrigada!!!! Vou compartilhar seu texto!
    E vamos nessa... construir nosso novo Império ;)

    Beijos no coração,
    Samanta

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  4. Muito bacanas suas reflexões, Vick. Sempre digo que é uma grande bobagem esta separação entre nacional e estrangeiro. Há livros bons e livros que não são bons. E mesmo essa última diferenciação é frágil, porque o que é bom pra um pode ser péssimo pra outro e vice-versa. Se o preconceito não existir na origem, podemos conhecer histórias emocionantes tanto escritas por brasileiros quanto por estrangeiros. Essa é a beleza da literatura.

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  5. Prezada Vick:

    De fato, a literatura é fundamentalmente universal, já que, por mais localizada que seja, está sempre à volta com questões humanas – e o homem é a representação da inteligência cósmica.

    Assim, até mesmo a dita literatura regionalista, em seu âmago, tem como referencial a vivência da espécie humana em sua marcha evolutiva, imersa em seus dramas, lavor ou conquistas.

    Portanto, o caráter limitado ou abrangente, favorável ou desfavorável dos conteúdos literários (ou não) se vincula, em verdade, à perspectiva com que o leitor o enfoca, a seu “background”.

    Mas não se deve deixar de ressalvar que o valor da abrangência ou virtude estilística da obra se condiciona, por sua vez, à sua densidade literária, tanto quanto à sua qualidade técnica.

    De resto, é estimulante ver que uma garota tão jovem já se propõe e discute questões de interesse tão amplo e permanente que sem dúvida repercutirão de modo positivo no Brasil leitor.

    Parabéns!

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